Kaleidoskópio
Sempre que se olha pelo Kalendoskópio vê-se algo diferente. Há várias perspectivas para se observar a vida, algumas são interessantes outras nem tanto, porém, sempre há a possibilidade de uma nova compreensão.Um olhar kalendoskópico pode despertar-nos para as várias possibilidades da Vida!
terça-feira, 27 de novembro de 2012
quarta-feira, 20 de junho de 2012
O olhar Kalendoskópico Sob Fernando Pessoa:
No Poema em linha reta, Fernando Pessoa parece desnudar a hipocrisia neurótica em que se pode viver....
http://www.youtube.com/watch?v=3dRchZ-vRAI&feature=related
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama o coração.
No Poema em linha reta, Fernando Pessoa parece desnudar a hipocrisia neurótica em que se pode viver....
http://www.youtube.com/watch?v=3dRchZ-vRAI&feature=related
Autopsicografia (Fernando Pessoa)
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama o coração.
domingo, 17 de junho de 2012
O
olhar Kalendoskópico de hoje se lança sob a perspectiva da poesia de Cecília
Meireles.
Nem tudo na vida é fácil, todavia, a distância entre os sonhos e sua realização é a justa medida das ações concretizadas no dia a dia. Pergunta-se, então, qual a medida do nosso desejo, pois ela implicará em outras medidas: empenho, fé, ações concretas.
Um grande mal que perpassa a humanidade é a crença que a vida nos trará coisas
prontas em bandejas de prata ao estalar dos dedos. Não. A cultura do
volátil não se aplica à realidade da vida. A vida é, em si, maravilhosa,
contudo, exige de nós postura e atitudes, labor, trabalho e ação. Por meio
destes há a possibilidade da construção de uma existência real e feliz. No mais,
corre-se o risco de uma existência superficial com pseudos relacionamentos e pseudo amor.
O poema de Cecília Meireles que segue abaixo explora de forma poética a
temática da ação concreta perante a vida.
Nem tudo é fácil
É difícil fazer alguém feliz, assim como é fácil fazer triste.
É difícil dizer eu te amo, assim como é fácil não dizer nada
É difícil valorizar um amor, assim como é fácil perdê-lo para sempre.
É difícil agradecer pelo dia de hoje, assim como é fácil viver mais um dia.
É difícil enxergar o que a vida traz de bom, assim como é fácil fechar os olhos e atravessar a rua.
É difícil se convencer de que se é feliz, assim como é fácil achar que sempre falta algo.
É difícil fazer alguém sorrir, assim como é fácil fazer chorar.
É difícil colocar-se no lugar de alguém, assim como é fácil olhar para o próprio umbigo.
Se você errou, peça desculpas...
É difícil pedir perdão? Mas quem disse que é fácil ser perdoado?
Se alguém errou com você, perdoa-o...
É difícil perdoar? Mas quem disse que é fácil se arrepender?
Se você sente algo, diga...
É difícil se abrir? Mas quem disse que é fácil encontrar
alguém que queira escutar?
Se alguém reclama de você, ouça...
É difícil ouvir certas coisas? Mas quem disse que é fácil ouvir você?
Se alguém te ama, ame-o...
É difícil entregar-se? Mas quem disse que é fácil ser feliz?
Nem tudo é fácil na vida...Mas, com certeza, nada é impossível
Precisamos acreditar, ter fé e lutar
para que não apenas sonhemos, Mas também tornemos todos esses desejos,
realidade!!!
(Cecília Meireles)
No 4o. Motivo da rosa, Cecília transcreve
a dinâmica da vida: deixar de ser para permanecer sendo. Quão difícil nos é o desapego da segurança
em que estamos estabelecidos, mesmo que tal segurança esteja alicerçada em algo
que não nos cabe mais. Fernando Pessoa,
em seu poema “Tempo de travessia” indica que se não tivermos a coragem acompanhada
de ações concretas para abandonarmos o que não nos comporta mais, deixaremos de
viver permanecendo à margem de nós mesmo. O diálogo entre os dois autores faz-nos
refletir sobre a dinâmica de nossa própria vida, desde as coisas mais
corriqueiras no cotidiano até as mais profundas que habitam nossa alma.
4o.
Motivo da rosa
Não te aflijas com a pétala que voa:
também é ser, deixar de ser assim.
Rosas verá, só de cinzas franzida,
mortas, intactas pelo teu jardim.
Eu deixo aroma até nos meus espinhos
ao longe, o vento vai falando de mim.
E por perder-me é que vão me lembrando,
por desfolhar-me é que não tenho fim.
também é ser, deixar de ser assim.
Rosas verá, só de cinzas franzida,
mortas, intactas pelo teu jardim.
Eu deixo aroma até nos meus espinhos
ao longe, o vento vai falando de mim.
E por perder-me é que vão me lembrando,
por desfolhar-me é que não tenho fim.
(Cecília
Meireles)
Tempo
de travessia
"Há um tempo em que é preciso
abandonar as roupas usadas
Que já tem a forma do nosso corpo
E esquecer os nossos caminhos que
nos levam sempre aos mesmos lugares
É o tempo da travessia
E se não ousarmos fazê-la
Teremos ficado para sempre
À margem de nós mesmos"
abandonar as roupas usadas
Que já tem a forma do nosso corpo
E esquecer os nossos caminhos que
nos levam sempre aos mesmos lugares
É o tempo da travessia
E se não ousarmos fazê-la
Teremos ficado para sempre
À margem de nós mesmos"
(Fernando Pessoa)
sexta-feira, 15 de junho de 2012
A série do programa Café Filosófico postada contém reflexões muito importantes a cerca do corpo, da vida e da educação. A filósofa Viviane Mosé e a bailarina Dani Lima debatem de forma leve e profunda nos instigando a um olhar kalendoskópico sob o corpo e suas possibilidades. Bom Café Filosófico a todos e todas!
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