quarta-feira, 20 de junho de 2012

O olhar Kalendoskópico Sob Fernando Pessoa:

No Poema em linha reta, Fernando Pessoa parece desnudar a hipocrisia neurótica em que se pode viver....
http://www.youtube.com/watch?v=3dRchZ-vRAI&feature=related


Autopsicografia  (Fernando Pessoa)


O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama o coração.
 

domingo, 17 de junho de 2012



O olhar Kalendoskópico de hoje se lança sob a perspectiva da poesia de Cecília Meireles.


Nem tudo na vida é fácil, todavia, a distância entre os sonhos e sua realização é a justa medida das ações concretizadas no dia a dia. Pergunta-se, então, qual a medida do nosso desejo, pois ela implicará em outras medidas: empenho, fé, ações concretas.
Um grande mal que perpassa a humanidade é a crença que a vida nos trará coisas prontas em bandejas de prata ao estalar dos dedos. Não. A cultura do volátil não se aplica à realidade da vida. A vida é, em si, maravilhosa, contudo, exige de nós postura e atitudes, labor, trabalho e ação. Por meio destes há a possibilidade da construção de uma existência real e feliz. No mais, corre-se o risco de uma existência superficial com pseudos relacionamentos e pseudo amor.

O poema de Cecília Meireles que segue abaixo explora de forma poética a temática da ação concreta perante a vida.



Nem tudo é fácil

É difícil fazer alguém feliz, assim como é fácil fazer triste.
É difícil dizer eu te amo, assim como é fácil não dizer nada
É difícil valorizar um amor, assim como é fácil perdê-lo para sempre.
É difícil agradecer pelo dia de hoje, assim como é fácil viver mais um dia.
É difícil enxergar o que a vida traz de bom, assim como é fácil fechar os olhos e atravessar a rua.
É difícil se convencer de que se é feliz, assim como é fácil achar que sempre falta algo.
É difícil fazer alguém sorrir, assim como é fácil fazer chorar.
É difícil colocar-se no lugar de alguém, assim como é fácil olhar para o próprio umbigo.
Se você errou, peça desculpas...
É difícil pedir perdão? Mas quem disse que é fácil ser perdoado?
Se alguém errou com você, perdoa-o...
É difícil perdoar? Mas quem disse que é fácil se arrepender?
Se você sente algo, diga...
É difícil se abrir? Mas quem disse que é fácil encontrar
alguém que queira escutar?
Se alguém reclama de você, ouça...
É difícil ouvir certas coisas? Mas quem disse que é fácil ouvir você?
Se alguém te ama, ame-o...
É difícil entregar-se? Mas quem disse que é fácil ser feliz?
Nem tudo é fácil na vida...Mas, com certeza, nada é impossível
Precisamos acreditar, ter fé e lutar
para que não apenas sonhemos, Mas também tornemos todos esses desejos,
realidade!!!


(Cecília Meireles)


No 4o. Motivo da rosa, Cecília transcreve a dinâmica da vida: deixar de ser para permanecer sendo.  Quão difícil nos é o desapego da segurança em que estamos estabelecidos, mesmo que tal segurança esteja alicerçada em algo que não nos cabe mais.  Fernando Pessoa, em seu poema “Tempo de travessia” indica que se não tivermos a coragem acompanhada de ações concretas para abandonarmos o que não nos comporta mais, deixaremos de viver permanecendo à margem de nós mesmo. O diálogo entre os dois autores faz-nos refletir sobre a dinâmica de nossa própria vida, desde as coisas mais corriqueiras no cotidiano até as mais profundas que habitam nossa alma.


4o. Motivo da rosa

Não te aflijas com a pétala que voa:
também é ser, deixar de ser assim.

Rosas verá, só de cinzas franzida,
mortas, intactas pelo teu jardim.

Eu deixo aroma até nos meus espinhos
ao longe, o vento vai falando de mim.

E por perder-me é que vão me lembrando,
por desfolhar-me é que não tenho fim.

(Cecília Meireles)



Tempo de travessia

"Há um tempo em que é preciso
abandonar as roupas usadas
Que já tem a forma do nosso corpo
E esquecer os nossos caminhos que
nos levam sempre aos mesmos lugares
É o tempo da travessia
E se não ousarmos fazê-la
Teremos ficado para sempre
À margem de nós mesmos"

(Fernando Pessoa)

sexta-feira, 15 de junho de 2012

A série do programa Café Filosófico postada contém reflexões muito importantes a cerca do corpo, da vida e da educação. A filósofa Viviane Mosé e a bailarina Dani Lima debatem de forma leve e profunda nos instigando a um olhar kalendoskópico sob o corpo e suas possibilidades. Bom Café Filosófico a todos e todas!
CAFÉ FILOSÓFICO - O QUE PODE O CORPO? 07/07
CAFÉ FILOSÓFICO - O QUE PODE O CORPO? 06/07
CAFÉ FILOSÓFICO - O QUE PODE O CORPO? 05/07
CAFÉ FILOSÓFICO - O QUE PODE O CORPO? 04/07
CAFÉ FILOSÓFICO - O QUE PODE O CORPO? 03/07
CAFÉ FILOSÓFICO - O QUE PODE O CORPO? 02/07
Café Filosófico: Reflexões sobre o corpo. Muito bom! PARTE 1

Contribuições da fenomenologia para o dialogo da formação ética e responsável do discente em administração

Luciana Demarchi, Dagmar Silva Pinto de Castro



Objetivos:

Correlacionar o processo de formação discente em nível da graduação e pós-graduação no campo da ciência social aplicada da administração à Ética e a condição existencial do ser humano na construção de um projeto de mundo.

Método:

Método fenomenológico.

Resumo

O pensar nas questões que norteiam o rumo da Universidade e suas atividades de ensino, pesquisa e produção de conhecimento remete a duas questões primordiais: A Ética que pressupõe a responsabilidade e a Condição existencial do ser humano; estas estão interligadas ao projeto de mundo que se deseja implementar (ARENDT, 2011). Estes dois substratos dão suporte à distinção necessária entre massificação do conhecimento e disseminação do conhecimento por meio da inclusão. A massificação está condicionada à alienação, a uma des-enraização da identidade em seu solo vital que e o mundo da vida. A americanização do processo de pesquisa leva ao distanciamento de temas nacionais, pouco ou nada apreciados e tidos em relevância menor pelos organismos que publicam os trabalhos científicos (SINGER, 2001). A disseminação do conhecimento por meio da inclusão rompe com os parâmetros elitistas e massificadores ao mesmo tempo em que possibilita o acesso ao conhecimento e a produção do mesmo de forma indistinta fundamentais para leitura e reflexão dos discentes da graduação e pós-graduação em administração. A questão sobre o caminho que a universidade deverá adotar só pode ser respondido mediante a reflexão do tema sobre os desafios a formação ética e responsável do discente que pressupõe o acesso a uma literatura consistente e produzida a partir da experiência vivida (ALES BELLO, 2002; M.PONTY, 1999). Ao se desenvolver o conhecimento para o desenvolvimento econômico-social há que se ter bem claro como este será empregado na construção da sociedade. Faz-se mister ligar o rumo das universidades ao projeto de mundo e de existência do ser humano. Dentro deste foco a formação ética e responsável emerge como reflexão central desse ensaio teórico que visa contribuir na discussão do processo de formação discente em nível da graduação e pós-graduação no campo da ciência social aplicada da administração.



Palavras chaves: Ensino, administração, fenomenologia, responsabilidade e ética.

Bibliografia

ALES BELLO, Angela, A formação da Pessoa: reflexões do ponto de vista antropológico In Formação Humana e Educação, orgs. Maria Aparecida Vigiane Bicudo, Regina Célia Baptista Belluzzo, Bauru, SP, EDUSC, 2002.


ARENDT, Hannah, A condição Humana, revisão Adriano Correia, 11 ed, Rio de Janeiro, Forense Universitária, 2011.


MERLEAU-PONTY, M. Fenomenologia da Percepção, tradução Carlos Alberto Ribeiro de Moura, 2 ed., São Paulo, Martins Fontes, 1999.


SINGER, Paul. A universidade no olho do furacão. Estud. av., São Paulo, v. 15, n. 42, Agosto. 2001

NA ETERNIDADE DOS TEUS BRAÇOS

Amanhecer entrelaçada à eternidade  dos teus  braços
Abrir os olhos e sentir a luz irradiar a vida
sentir-te tão próximo a mim
a ponto de confundir-me contigo.

Receber teus beijos de amanhecer
inundados pela vida que
circula em teu ser.

Simplesmente amanhecer em teus braços
e sentir-te parte de mim.
Como em um alvorecer de luz,
ser iluminada por teus olhos.

Ressurgir a cada manhã ao som de tua voz.
Sorrir como quem descobre a vida,
simplesmente receber-te, a cada manhã, em meus braços.

Eternizar a vida num instante
sentindo teu calor.
Perder-me na eternidade de teus braços
e reencontrar-me
na infinitude de teu sorriso.

Beijar-te.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

DESAFIO

O grande desafio que a humanidade possui é, sem romantismo, reencontrar sua dimensão humana. A capacidade da empatia, o olhar o outro e a si e enxergar, para além das diferenças, dos preconceitos, dos estigmas, dos pecados e vícios o ser humano. Não ser conivente com a negação da vida em todas as suas formas, mas desenvolver a capacidade do perdão e RESSIGNIFICAÇÃO da VIDA. Então, a questão da sustentabilidade será possível de se concretizar, pois, não se pode conceber um sistema socio-economico e político sustentável dentro de uma estrutura de auto-deteriorização da figura e dignidade humana.

Luciana Demarchi
O Silêncio
 
O que importa é o silêncio da noite
E o respirar aliviado
Das lutas e ruídos do dia .

Não mais falas, não mais pensar
Apenas o segredo do silêncio
Habitando em mim.

Perfumes e cores
Gestos e ações
... Tudo silenciando.

Silencio você também
Para que na noite
Possas habitar em mim!

Luciana Demarchi.
Lucidez de prateleira
O que é a vida se não uma forma falsa de existir?
Artificialmente nos amamos
Etiquetamo-nos
Coisificamo-nos.

Rsrsr tão superficial ficou a existência humana
Que hoje em dia temos que ter um poderoso Marketing Pessoal
Para sobrevivermos!
Hilário!

Produto que somos
Precisamos ser os melhores,
Para então....sermos consumidos, lógico!

Ah... o que sobra de nós????
Não...não é reciclável....

Luciana Demarchi